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pessoas em volta de uma fogueira durante uma noite estrelada e algumas árvores ao redor

Diz a lenda que todo brasileiro adora uma boa história mirabolante.

E é por isso que a gente tem um repertório fantástico de lendas e mitos espalhados pelo imenso território nacional. Você com certeza sabe de cabeça algum causo meio misterioso que é contado com frequência na sua cidade, né? Pois bem, se esse é o tipo de assunto que faz seus olhos brilharem, você vai adorar ler sobre o folclore de Goiás.

As histórias que fazem parte dele são contadas há séculos em almoços de família, mesas de bar, reuniões entre amigos e várias outras situações do dia a dia goiano. Algumas são inspiradas em pessoas e acontecimentos que realmente existiram, outras parecem completamente inexplicáveis… mas uma coisa a gente afirma sem medo de errar: todas as lendas de Goiás são fascinantes. Até as mais assustadoras!

Caso a curiosidade tenha batido forte por aí, basta continuar lendo. Você está prestes a descobrir um pouco mais sobre os mistérios do folclore de Goiás e as principais lendas que habitam a imaginação de quem mora no estado.

O que são lendas e qual é a importância delas para a cultura de Goiás?

Antes da gente continuar, gostaríamos de te deixar por dentro de algumas definições importantes para o folclore de Goiás.

Se você estava se perguntando o que queremos dizer com “lendas”, aqui vai uma explicação que pode ajudar: as lendas são histórias passadas oralmente de geração em geração. Em outras palavras, são narrativas que acabam se tornando parte do imaginário popular de um local por causa do famoso “boca a boca”.

Essas histórias geralmente envolvem elementos fantasiosos, que desafiam a realidade que conhecemos, como intervenções mágicas ou aparições fantasmagóricas. É por isso mesmo que elas costumam gerar tanto interesse, até quando dão um medinho. Não dá para negar que ouvir ou ler sobre as lendas populares de um lugar é sempre algo que gera boas doses de entretenimento.

Só que além de aguçar a curiosidade dos visitantes, o folclore de Goiás é também uma parte importantíssima da cultura do estado. Afinal, as narrativas místicas que fazem parte dele sempre trazem costumes, superstições, valores morais e até pedaços da história goiana. Muitas lendas, inclusive, são mencionadas na música, na dança e em festas populares.

Então conhecer o folclore de Goiás é uma oportunidade incrível de descobrir mais sobre as crenças que marcam o imaginário de lá e até sobre o modo como os goianos de antigamente enxergavam o mundo. É um verdadeiro mergulho cultural!

Quais são os lugares históricos em Goiás relacionados às lendas?

Muitas das lendas de Goiás que você vai conhecer daqui a pouquinho são populares em todo o estado.

Mas algumas narrativas estão ligadas às cidades ou regiões específicas onde nasceram, o que faz com que elas sejam ainda mais únicas. O município de Pirenópolis, por exemplo, é uma cidade histórica que serve como cenário para muitas lendas interessantes – além de ser considerada um dos patrimônios culturais de Goiás –.

A cidade vizinha, Jaraguá, também aparece em vários contos folclóricos famosos. Além desses dois lugares, você também vai ouvir falar em municípios como Catalão e Formosa quando estiver desbravando o folclore de Goiás.

Ah, você também vai notar que algumas histórias não estão ligadas exatamente a cidades, e sim às imediações de rios e serras. Vamos até te contar o motivo pelo qual, segundo as lendas, você deve redobrar a atenção quando estiver junto do Araguaia, um dos mais importantes rios goianos.

Quais são as lendas folclóricas mais populares em Goiás?

cachoeira na Chapada dos Veadeiros, em Goiás

Se você achava que Goiás só tinha suas muitas riquezas naturais como atrativos para os visitantes… fique sabendo que não é bem assim!

Realmente, as cachoeiras goianas, as fontes termais e as paisagens apaixonantes do cerrado são encantadoras por si só. Mas além de tudo isso, as lendas de Goiás são a prova perfeita de que essa é uma terra que guarda não apenas ótimas oportunidades para quem curte ecoturismo, mas também várias experiências únicas de turismo cultural.

Pode separar a pipoca e preparar o coração, porque as histórias que vamos te contar envolvem assombrações vingativas, lições sobre a vida, fenômenos mágicos e várias outras coisas capazes de provocar arrepios!

Romãozinho

A primeira lenda que selecionamos para esse nosso momento de contação de histórias é a mais famosa do folclore de Goiás.

É difícil encontrar um goiano que nunca tenha ouvido falar em Romãozinho, espírito arteiro que vez ou outra é comparado ao Saci Pererê. Segundo o mito, antes de meter medo nos nativos, Romãozinho era um menino danado, conhecido pelas travessuras e crueldades que aprontava. Para se distrair, ele pregava peças nas pessoas, destruía as plantações da vizinhança e maltratava animais.

Como você deve imaginar, eram os pais do menino que sofriam mesmo. Em uma versão da lenda, Romãozinho teria inventado uma mentira responsável por causar uma briga violenta na família. Em outra, teria matado o pai de susto. Os detalhes variam, mas o que se diz sobre o destino do garoto é unânime: amaldiçoado pela mãe, ele foi destinado a vagar por Goiás para sempre, atazanando os azarados que cruzam seu caminho.

Negro d’água

Chamado tanto de Negro (ou Nego) d’água quanto de Caboclo d’água, esse é um ser que aparece em muitas histórias de pescador.

Aliás, a criatura híbrida nada por muitas correntezas do Centro-oeste e do Nordeste, acumulando aparições em vários estados além de Goiás. Dizem que ele é particularmente chegado ao Rio Tocantins, ao Rio Grande e ao São Francisco.

Geralmente, Negro d’água é descrito como uma criatura que mescla características de homem e de peixe. Em outras versões, ele é metade anfíbio. Protetor dos rios, afoga quem perturba a tranquilidade das águas e tende a ficar chateado quando não recebe nenhuma oferenda dos passantes.

Por isso, não estranhe se algum dia você notar que alguns pescadores levam garrafas de cachaça em seus barcos quando vão desbravar rios de Goiás e depois retornam completamente sóbrios. É que a bebida provavelmente não era para eles.

Pé-de-garrafa

Tuc… Tuc… Tuc…

Os goianos das gerações mais antigas ficam amedrontados só de lembrar das histórias que envolvem esse barulho. Imagine a cena: noite fechada nos campos imensos do Cerrado, grilos cantando entre os arbustos e, de repente… do meio do mato, sai um som parecido com o de um pilão batendo pausadamente no chão. São os passos de um pé-de-garrafa.

Muitas vezes considerados protetores da exuberante natureza de Goiás, os pé-de-garrafa soltam gritos característicos que ecoam na escuridão da noite e de vez em quando punem caçadores. Não queira saber como fica um pobre coitado depois de levar uma surra de um desses seres!

Lenda da serpente

Mais de cem anos atrás, o município de Formosa – na época, um pequeno vilarejo – tinha uma capelinha situada em uma praça, perto da Rua dos Crioulos.

Com o tempo, demoliram a capela e colocaram no mesmo lugar um templo maior, a Igreja de Santo Estêvão. Até agora, nada muito diferente das cenas encontradas em qualquer outra cidade do interior, né?

Mas aí é que está: se você apoiar o ouvido no chão da Sacristia dessa igreja, ouvirá um som vindo lá das profundezas. É o movimento da serpente gigante que está presa nas galerias fluviais espalhadas pela camada subterrânea de Formosa. Segundo a lenda, a cobra está limitada por um fio mágico. Mas se alguém o cortar… bem, a gente espera que não aconteça.

Maria Grampinho

Você já ouviu falar na poetisa Cora Coralina?

Pois bem, essa grande figura da literatura brasileira nasceu e se criou na cidade de Goiás. Quando vivia lá, a escritora tinha uma amiga bem peculiar, que deixava todos os outros moradores da vizinhança de “orelha em pé”: a andarilha Maria da Conceição.

Falava-se por aí que Maria – conhecida por seus penteados enfeitados com grampos – sequestrava as crianças mal-comportadas, que supostamente iam parar dentro da trouxa de pano que ela carregava. Mesmo depois de seu falecimento, o espírito de Maria Grampinho continua funcionando como uma versão regional do famoso Homem do Saco. Talvez seja só um jeito que os pais encontraram para amedrontar os filhos mais travessos.

Vale mencionar que Maria da Conceição realmente existiu, mas as acusações feitas contra ela nunca foram provadas.

Casa com 365 janelas

No início do século 19, quando ainda se chamava Meya Ponte, a cidade de Pirenópolis estava sob as ordens do comendador Joaquim Alves de Oliveira.

Chegado a uma boa pompa, o poderoso homem mandou construir para si um casarão de proporções nunca vistas no interior de Goiás. Dizem que era uma estrutura monumental, em forma de H, com dois andares caracterizados pelo grande número de janelas: exatamente 365, uma para cada dia do ano.

Esse espaço grandioso, entretanto, só foi usado durante o tempo de vida do Comendador. Como ele morreu sem deixar herdeiros, a casa de 365 janelas ficou abandonada… por um tempo. Foi então que a população da cidade resolveu invadir a construção e se apropriar dos muitos materiais finos espalhados por ela.

Até hoje, o fantasma do rico comandante vaga pelas ruas de Pirenópolis, cheio de ira pelo que foi feito da sua antiga casa.

Rodeiro

As águas do Araguaia realmente marcam presença em várias lendas de Goiás, então aqui vai uma bastante conhecida: dizem que o rio é habitat natural (ou melhor, sobrenatural) do Rodeiro, uma arraia gigantesca.

Embora não se saiba exatamente de onde ele veio – ou como ficou tão enorme –, o medo que os goianos têm do Rodeiro é justificado. Afinal, o bicho é capaz de virar barcos, afogar pessoas e arrastar redes de pesca sem muito esforço. Cuidado quando for navegar por lá, hein?

A moça na varanda

Diz aí, você conhece alguma grande história de amor proibido? Bem, provavelmente sim, já que essas narrativas são favoritas universais – não é à toa que elas aparecem aos montes na mitologia e na literatura ao redor do mundo –. Romeu e Julieta que o digam.

Na cidade de Catalão, fala-se muito sobre um romance trágico protagonizado por uma jovem de família riquíssima e um rapaz de origem humilde. Como essa paixão desafiava os costumes da época, os pais da moça resolveram tomar uma providência para separar os pombinhos e a mandaram para um convento, contra a vontade dela.

Só que a jovem apaixonada não conseguia suportar a ideia de levar seus dias de uma forma que não desejava e, ainda por cima, ficar longe de seu grande amor. Inconformada com a decisão da família, ela tirou a própria vida.

Seu pai se arrependeu da própria rigidez na hora. Amargurado, mandou esculpir anjos com rostos similares ao da moça falecida e colocá-los na fachada do lar da família, junto do parapeito.

Caso você passe por essa casa quando estiver em Catalão, tente não olhar muito para as estatuetas angelicais. Dizem que quem as encara por muito tempo acaba vislumbrando o espírito da jovem na varanda da construção.

Existem festividades ou eventos relacionados às lendas de Goiás?

Ei! Opa, se assustou?

Tudo bem, a gente não julga: as lendas goianas são mesmo dignas de calafrios. E pode acreditar quando dizemos que as narrativas apresentadas aqui são só uma pequena parte do que o folclore de Goiás guarda! Ele também passa pelos mundos da música, da dança, das manifestações religiosas e muitos outros.

Por isso, as festas folclóricas do estado são espetáculos à parte. Embora elas não tenham exatamente relação com as lendas populares que você acabou de conhecer, são eventos ligados a crenças antigas e super importantes para a formação da cultura goiana.

A Congada, que acontece em Catalão, é um ótimo exemplo. Celebrada há mais de 120 anos, a festa que rola a partir do segundo domingo de outubro inclui rituais religiosos, como missas, e também exibições de musicais e teatrais. Mas há eventos com atmosferas mais “sombrias”. Se você curte o clima de mistério das lendas que acabamos de te mostrar, talvez goste de acompanhar a Procissão do Fogaréu. Ela é realizada na cidade de Goiás, assim que o relógio marca a meia-noite da quarta-feira da Semana Santa, conhecida como quarta-feira das trevas.

Na ocasião, as ruas escuras de Goiás recebem um cortejo composto por 40 encapuzados, que caminham segurando tochas acesas ao som de cantos que vêm lá dos anos 1800. Rica em simbolismo, a Procissão do Fogaréu tem referências a muitos eventos bíblicos, e representa principalmente a perseguição sofrida por Jesus Cristo.

Até que o folclore de Goiás é bem diverso, né?

Que tal relaxar em um lugar longe das lendas urbanas? Venha para Rio Quente!

Terra de cultura fantástica, cenários dignos de cinema e uma tradição com histórias intrigantes... Pois é, você já deve ter percebido que Goiás tem um monte de coisas incríveis que estão só esperando para serem desbravadas por você. E não precisa ter medo, viu?

É verdade que o folclore de Goiás está cheio de narrativas que mexem com as emoções e inquietam os sentidos. Mas não se preocupe: tem como curtir a imensidão da natureza goiana sem arriscar um encontro com a Maria Grampinhos ou com o Rodeiro. E a gente garante que seu tempo no estado renderá muitas experiências inesquecíveis! No Rio Quente Resorts, por exemplo, a única mágica que você vai encontrar é a temperatura deliciosa das águas termais que já brotam morninhas da terra.

Que tal aproveitar essa natureza lendária com uma infraestrutura completa, pensada para o seu conforto? Experimente férias diferentes no Rio Quente Resorts e mergulhe na cultura encantadora de Goiás!

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